Psicoterapia na terceira idade

A compreensão de que o processo de envelhecimento faz parte da vida e é um processo natural inerente a continuidade dela, é algo inquestionável.

Apesar disso, atualmente, observa-se que nunca se lutou tanto para retardar esse processo e minimizar os efeitos físicos, mentais, psicológicos e sociais da passagem do tempo.

São inúmeras as tentativas de adiar e evitar que os sinais do envelhecimento se tornem visíveis e que interfiram em diversos aspectos da vida de todos nós.

Ao mesmo tempo, observamos que essa faixa etária é uma camada da população em expressivo crescimento, o que torna indispensável o acompanhamento e cuidado de idosos em todo mundo.

Além disso, com o avanço da medicina, a evolução dos fármacos e novas tecnologias, efetivamente tornou-se possível prevenir, retardar e até tratar os diversos sinais do envelhecimento.

Ao mesmo tempo, é notável que essa faixa etária populacional também tem se transformado, mantendo-se mais tempo integrada no meio social, profissional e conservando-se sexualmente ativa por mais tempo.

Assim sendo, embora o envelhecimento do corpo ocorra (em maior ou menor grau), observa-se que, apesar disso, a vitalidade psíquica costuma manter-se, tornando idosos cada vez mais participativos e produtivos ao longo do tempo.

Essa vitalidade, muitas vezes fica evidente na busca do sujeito de manter-se ativo mentalmente e emocionalmente, seja buscando novas experiências ou manifestando uma disposição para se questionar, avaliar ou reavaliar aspectos de experiências passadas.

Nesse sentido, a psicanálise na terceira idade pode ser bastante útil e pode desempenhar um importante papel no acompanhamento e enfrentamento das diversas questões que podem atravessar a vida daqueles que estão nessa fase, como: a experiência das perdas, mudanças corporais e de questões existenciais que emergem com o envelhecimento.

Nessa fase da vida, muitos idosos podem enfrentar também o luto pela perda de entes queridos, a aposentadoria, um certo grau de afastamento social e a possibilidade de revisão de sua própria história.

A escuta psicanalítica oferece um espaço para lidar com as angústias que emergem nesse momento e um espaço seguro para poder ressignificar experiências passadas ou buscar construir novos sentidos para a vida.

Estar sendo acompanhado nessa fase também pode ser útil na elaboração de conflitos internos que ficaram latentes e que, com o tempo, podem emergir com mais forca nesse período, trazendo angústias, culpa e tristeza.

São temas comuns na psicoterapia de idosos:

– Perdas / luto (saúde física, perda do cônjuge, perda do trabalho, diminuição das capacidades, solidão);

– Questões relacionadas a autoestima (mudanças físicas, mudança nos papeis sócias ou profissionais);

– Ocupação do tempo;

– Dependência/ independência;

– Sentido da vida (desconstrução e a possibilidade de novos projetos);

– Enfrentamento de doenças, proximidade da morte.

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